Comissão de Melhoramentos

03-07-2008 17:06

 

 

A Comissão de Melhoramentos de Povorais teve a sua génese numa reunião da Comissão Organizadora da Comissão de Melhoramentos do Lugar de Povorais, em 21 de Setembro de 1956 em Lisboa, devendo ser considerados como seus fundadores os Srs.: Daniel Lopes de Carvalho, David das Neves Machado e Rui das Neves Machado.

Foram estes três conterrâneos que prepararam as bases e os alicerces para a futura Comissão Melhoramentos de Povorais, registe-se que foram estes homens que iniciaram as primeiras diligencias para a recolha de donativos para a mesma, mandaram imprimir as propostas e as cotas e enviaram uma circular do modelo de sócio para ser apresentado a todos os Povorenses.

Em 22 de Janeiro de 1957 foi elaborada a lista dos primeiros corpos gerentes e foi eleita em 27 de Janeiro de 1957, sendo também nesta data aprovado os Estatutos da mesma.

Na mesma data fora aventada a hipótese de ser agregada à Comissão de Melhoramentos de Povorais uma Secção de Beneficência há qual se irá fazer uma exposição detalhada adjacente.

A respeito dos primeiros Corpos Gerentes e porque realmente foram os primeiros e os grandes impulsionadores do modelo da Comissão Melhoramentos de Povorais há que fazer a enumeração dos seus Cargos e dos respectivos titulares desses Cargos e assim temos:

 

ASSEMBLEIA GERAL

Presidente da Assembleia Geral - Anselmo Lopes Baeta

Secretario - Constantino Lopes Carvalho

Relator - João Barata Antunes

Suplente - Manuel Lopes de Carvalho

 

DIRECÇÃO

Presidente da Direcção - Daniel Lopes de Carvalho

Vice-Presidente - Rui das Neves Machado

Secretario – David das Neves Machado

Tesoureiro – Amadeu das Neves Baeta

Suplente – António Barata Diniz

 

CONSELHO FISCAL

Presidente – António dos Santos

Secretario – Manuel Alves Henriques

Relator – Manuel das Neves Machado

Suplente – Narciso Gonçalves

 

Delegados

Manuel Alves Henriques

Manuel Simões

 

 Ao longo destes 50 Anos de actividade da Comissão de Melhoramentos de Povorais muitas foram as pessoas e muitas foram as Direcções que contribuíram para o sucesso e êxito da Comissão de Melhoramentos, e visto que enumeramos os primeiros corpos gerentes há que por uma questão de equidade, probidade e correcção ( pois são estes que conduzem o leme da presente Comissão) referir os presentes Corpos Gerentes eleitos em 2005, sem menosprezar as Direcções e os restantes corpos gerentes que mediaram entre uns e outros, assim na:

 

 ASSEMBLEIA-GERAL

 Presidente - Vítor Baeta

Vice-Presidente - Paulo Mourão

1º Secretário - Cristina Barata Bastos

2º Secretário - Maria João Saldanha

Suplente – Armando da Conceição

 

DIRECÇÃO

Presidente - Mário Luís D. Barata

Vice-Presidente - Rui Alves

Tesoureiro - José Luís Bastos

1º Secretário - Paulo Henriques

2º Secretário – Lucília Alves

Vogal – José Manuel Batista

Vogal – Armando Gonçalves

 

CONSELHO FISCAL

Presidente – Gentil Pimentel

Relator – Nuno Baeta

Suplente – Isabel Henriques

 

DELEGAÇÃO EM POVORAIS

Aristides Barata

Anunciada Domingos

 

Posto isto, há que referir que aquando da criação da Comissão de Melhoramentos de Povorais, a conjuntura económica era bastante diferente da actual, pois como se sabe os anos 50 foram economicamente difíceis, e como é do domínio público a Europa viveu e ainda vive tempos muito complicados, lembrar que a mesma foi destruída na 2º Guerra Mundial, (apesar de Portugal não ter sofrido a Guerra no seu território) e só graças ao plano Marshall, é que foi viável a reconstrução Europeia e Portugal no “Canto do Mundo” não escapou a conjuntura económica vigente, e foi com base neste contexto que o 1º Presidente da Direcção, Daniel Lopes de Carvalho, numa Reunião da mesma, em 8 de Dezembro de 1958 apresentou uma proposta que visava a necessidade de ser criada uma Secção de Beneficência demonstrando a sua relevância para a terra e para a própria Comissão de Melhoramentos de Povorais, fazendo uma exposição detalhada das vantagens da criação da mesma, a qual foi votada e aprovada por unanimidade.

Refira-se que em 23 de fevereiro foram redigidos os Estatutos para a Secção de Beneficência os quais foram discutidos e aprovados por unanimidade, constando do artº1 dos mesmos (num total de 7 art.º) ...”É fundada com sede nesta cidade de Lisboa, uma Secção de Beneficência, agregada da Comissão Melhoramentos do Lugar de Povorais, do Concelho de Gois com o fim de auxílio material aos necessitados dos Povorais”.

É este o escopo desta Secção de Beneficência, auxiliar materialmente os necessitados do Lugar dos Povorais.

Note-se a título de curiosidade que se estipulou nos Estatutos que os sócios efectivos pagariam a cota mínima de 1$00 (artº2).

Refira-se que esta Secção de Beneficência tinha um escopo social, o qual ficou bem delimitado no (artº6 Al. D), “ a direcção da Secção de Beneficência é órgão de orientação e propaganda e será obrigada a socorrer qualquer natural do Povorais que esteja registado no cadastro da pobreza da Secção, quer por acidente ou qualquer outro motivo o ponha em condições financeiras precárias”.

Esta Secção de Beneficência tinha uma Direcção, e na qual podemos e devemos destacar alguns nomes:

 

Presidente - António dos Santos

Vice-Presidente - João Antunes

Secretário - Anselmo Lopes Baeta

Tesoureiro - Acácio Simões Marques

Suplente - Manuel Lopes de Carvalho

Sendo obviamente de carácter social e humanitário esta Secção, foi realizada em 5 de Novembro de 1958 uma Reunião com o objectivo (tendo em conta que se aproximava a época Natalícia) de distribuir os donativos aos mais carenciados dos Povorais, sendo esta distribuição efectuada de acordo com um “cadastro” (livro) no qual estavam inscritos vários nomes das pessoas mais necessitadas, no qual constavam 8 nomes, 3 dos quais estavam inscritos mas sujeitos à apreciação da Secção para poderem vir a ser contemplados com algum auxilio.

Sucedeu que no primeiro ano de actividade os fundos recebidos, angariados e obtidos não chegaram para contemplar todos os inscritos no cadastro e então optou-se por distribuir pelos 5 inscritos “efectivos” e enviou-se a cada um deles o seguinte:

 1 kg de Bacalhau, 1 Kg de Açúcar

1 Kg de Arroz, ½ Kg de Massa

250 g. de Café, 20 escudos

Note-se que a vida da Secção começou com a importância de 115 mil escudos e no 1º ano de actividade da Secção traduziu-se num saldo

positivo de 24$30.

Em Março de 1960 foi apresentada uma proposta para ser dissolvida a Secção, mas por proposta do Sr. António dos Santos optou-se antes por reforma-la, passando agora a distribuição dos donativos a ser feita nos seguintes casos:

·doença ou qualquer outra fatalidade com que qualquer natural dos Povorais seja atingido.

Passando àquilo que honra a Comissão Melhoramentos de Povorais há que reforçar que no primeiro ano de actividade, apresentou no seu Relatório de Contas referente a Gerência de 1957, um saldo positivo no valor de 2.742$70.

Em 1959, o Presidente de Direcção o Sr. Daniel Lopes de Carvalho propôs que se alterasse o nome da colectividade, passando esta, a denominar-se União Progressiva de Povorais, em virtude de a Colectividade não poder ser aprovada pelas instancias superiores com o nome de Comissão de Melhoramentos de Povorais, dado que na composição do nome figurava a palavra “Melhoramentos”, que na altura e por disposição superior não era permitido, sendo aprovada a alteração do nome, meramente para questões oficiais, mantendo-se o nome inicial, sendo legalizada oficialmente com o nome de Comissão de Melhoramentos de Povorais, conforme publicada em Diário da República.

Foi também em Julho de 1959 que numa reunião da Assembleia-geral, foi apresentado o desenho do emblema (logotipo) o qual foi aprovado, depois de se proceder a algumas alterações.

Relembre-se que a estrada foi aberta dos Povorais à E.N. 2 (Portela) em 1955 e a Escola de Povorais (que actualmente funciona como Centro de Convívio) foi inaugurada em 7 de Maio de 1956.

Além desta componente prática, de trabalho no terreno, demonstrada através da realização dos melhoramentos, a Comissão de Melhoramentos de Povorais tinha e tem também outras vertentes, nomeadamente de carácter lúdico, virada para a realização de Bailes, Almoços, Piqueniques, excursões, etc., pois muitas outras iniciativas foram realizadas, como por exemplo: exposições.

Dentro deste âmbito há que referir e realçar por direito, que

-  o primeiro piquenique foi à sociedade com a Pena, na Quinta do Caracol ao Lumiar, lugar onde se colocou pela primeira vez a bandeira da Comissão (inicio de 60);

-o primeiro baile foi na Casa de Figueiró dos Vinhos, o qual à data foi um dos maiores bailes já realizados (fim de 1958) e recordar também é de recordar um outro, feito à sociedade com o Esporão. Cerdeira e Vale-Torto na Casa das Beiras, que se traduziu num enorme êxito e;

-a primeira excursão foi aos 3 Castelos, a denominada “Volta Saloia”.

À volta de 1960, a CMP adquiriu uma “carreta” funerária em conjunto com as seis Comissões congéneres, de acordo com o oficio n.º 274/60, e cuja primeira viagem foi realizada dos Povorais para Góis, (infelizmente) com a nossa querida Luísa Maria.

A CMP tentou também por esta data criar uma Delegação desta Comissão no Brasil, na Cidade do Rio de Janeiro na pessoa da Sr.ª Adelaide Maria Barata, chegando-se mesmo a enviar propostas para o Brasil para serem preenchidas. Infelizmente não passou de uma tentativa, pois após vários contactos não se chegou à sua criação, mas fica demonstrado a ambição e a visão além fronteiras dos Corpos gerentes desta Comissão na década de 60, o que é de realçar.

A Comissão de Melhoramentos de Povorais, após o inicio da década de 60, teve um largo tempo de inactividade, devido a várias circunstâncias e iniciou novamente funções em 1976.

Foram 15 anos de total marasmo para a nossa aldeia, o qual podia ter sido evitado mas o contexto histórico e as dificuldades impostas pela própria sociedade, levam-nos a sua percepção.

Evidentemente que este lapso temporal de inactividade se reflectiu nas estruturas da própria povoação e na vivência em geral da mesma, e que se traduziu, em 1976, numa “necessidade de reorganização e reestruturação da Comissão (...) pois tem-se notado nos Povorais um desinteresse por parte dos seus filhos e dos Organismos Oficiais em tudo o que se relaciona com melhoramentos da nossa terra, que se vem reflectindo no baixo nível de vida dos naturais que cá habitam e os quais têm direito a ter condições que se possam considerar dignas de um ser humano”, expressava um comunicado.

Foi com base neste sentimento de “revolta” e insatisfação que se impulsionou a reorganização da Comissão que começou numa reunião da Assembleia-Geral em 16/8/77, na Casa de Convívio em Povorais, na qual foi apresentada uma proposta pelo Sr. Daniel Lopes de Carvalho, para se integrar o Grupo Cultural e Recreativo de Povorais na Comissão de Melhoramentos de Povorais, com todas as consequências daí inerentes.

         Quais as funções que caberiam ao G.C.R.P.?

O G.C.R.P. seria o “dinamizador da cultura e recreio nos Povorais, (...) tinha como missão a realização de organizações com fim de angariar fundos para que seja possível fazer face ás despesas com os melhoramentos (...) com autonomia e independência total da Comissão de Melhoramentos de Povorais”.

Refira-se que com base na citada reestruturação e reorganização e com o acento tónico na realização de estruturas para uma melhoria substancial das condições de vida,bastantes melhoramentos foram realizados entre 77 e 82, citaremos os principais:

 

·        Alcatroamento da estrada para os Povorais;

·        Plantação de árvores à entrada da Povoação:

·        Construção de um parque infantil:

·        Arranjo nas alminhas;

·        Construção da estrada para o Porto da Carvalha;

·        Grandes melhorias no recinto da Carvalha (árvore centenária).

Além do acima citado, há que sublinhar que foi através da acção da Comissão que a nossa aldeia conseguiu ter luz, pois foi através desta que, com muita insistência, dedicação e amor a uma terra, foi possível trazer a electricidade a este cantinho chamado Povorais. Aquando da inauguração da electrificação, em Fevereiro de 1982, realizou-se uma grande excursão aos Povorais para comemorar este feito notável –“ a electrificação dos Povorais foi talvez a maior conquista da Comissão de Melhoramentos de Povorais”

Como se tem visto, o papel da Comissão tem-se revelado frutuoso e bem sucedido no que se trata aos objectivos concernantes à nossa aldeia.

Poderíamos estar aqui a escrever “eternamente”, mas não é esse o escopo deste historial, e para não fazermos uma inventariação exaustiva de todos os melhoramentos e benfeitorias efectuados na nossa aldeia, passaremos apenas à enunciação dos mais representativos até aos nossos dias, assim:

·        Ponte do Vale das Eiras;

·        Abertura de várias estradas;

·        Limpeza de caminhos;

·        Reforço de abastecimento de água, incluindo a abertura de um furo;

·        Electrificação da aldeia;

·        Electrificação do Centro de Convívio;

·        Plantação de árvores para embelezamento da povoação;

·        Recuperação das “Almas”;

·        Alcatroamento da estrada;

·        Obras diversas no Centro de Convívio.

·        Reparação  (e embelezamento) da “Fonte”;

·        Reconstrução da Ponte do Porta Carvalha

·        Recuperação do Ex- Parque Infantil em Parque de Lazer.                          

Há aqui referir que a CMP, não dispõe de grandes fundos pois a cotização é simbólica, e se a mesma pretende realizar algum tipo de acção, tem de encontrar soluções alternativas de financiamento, o que consegue através de donativos e da realização de almoços de convívio, nos quais se procede sempre a um leilão para se poderem angariar fundos para um determinado objectivo. Não nos devemos esquecer da grande importância de que se tem revestido a acção da Câmara Municipal de Góis e Junta de Freguesia de Góis, as quais tentam sempre dar resposta positiva ao que lhes é pedido, e a elas se devem muitas das benfeitorias realizadas na nossa terra, aqui fica o nosso obrigado.

Em suma, a CMP continua com o mesmo objecto e com a mesma vontade de quando foi criada, fundada pelos nossos avós e pais, continuando as suas funções através dos seus filhos.

Renovada e regenerada, a CMP mantém nos seus corpos gerentes as raízes dos povorenses, com muita gente nova- e pronta a atacar o futuro com a solidez do presente, necessitando apenas da garra e da vontade daqueles que em cada momento forem titulares dos Órgãos de decisão.

Honra seja feita também, a todos os elementos que pela nossa Comissão passaram e cujos Povorais é fruto da acção dessas pessoas, realce-se aqui duas pessoas, também pelo seu comportamento inexcedível - a saber:

·        Manuel Alves Henriques (Ti Vicente)

·        David das Neves Machado (que depois de ser homenageado pela nossa Comissão, foi também agraciado com a atribuição da Medalha de Mérito da Câmara Municipal de Góis em Março de 2002, tendo sido entregue aquando do feriado municipal, a 13 de Agosto).

Ao finalizarmos este Historial, não podíamos deixar em branco o facto de ser celebrado o Protocolo de Cooperação entre o Município de Góis e a Comissão de Melhoramentos de Povorais, relativo à cedência da Escola Básica do 1º Ciclo de Povorais para ali instalar o Centro de Convívio, em reunião de Câmara a 8 Outubro de 2002.

( transcrito do Historial da Comissão de Melhoramentos e distribuido aos sócios em 2004) 

 

 

 

                                                                 

 

 

 

 

 

 

 

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